Coluna as reflexões de enrico

as reflexões de enrico

Emilly

13/09/2025

O vazio não é ausência — é espaço para o novo

Tem fases da vida em que tudo silencia. Os planos param. Os caminhos
somem. As pessoas se afastam. O coração desacelera e até o corpo parece
mais lento. É um tempo estranho. Você olha em volta e não vê movimento. Não
sente sentido. Não encontra respostas. Parece que algo morreu. Parece que
você ficou para trás.
E a primeira reação é tentar preencher. Colocar qualquer coisa no lugar
do que se perdeu. Preencher o vazio com distração, com urgência, com
barulho. Fingir que tá tudo bem, que não é nada, que logo passa. Mas esse
impulso de preencher rápido é o que atrasa a chegada do novo. Porque o novo
só entra quando há espaço. E espaço se faz com ausência.
A gente aprendeu a ter medo do vazio. Como se ele fosse sinal de
fracasso, de abandono, de erro. Mas o vazio não é castigo. É pausa. É
intervalo. É aquele momento entre uma coisa que não serve mais e outra que
ainda não chegou. É terreno sendo revirado antes da semente. É casulo antes
da asa.
Espiritualmente, o vazio é fértil. É onde a alma se ouve. Onde você
descobre o que realmente importa, o que ficou em silêncio enquanto você
corria. O vazio ensina a olhar para dentro, a se reabastecer com o que é
essencial, a limpar o que estava empilhado demais para deixar algo novo
florescer.
Não tente pular essa parte. Não corra para encher o silêncio. Permita-se
atravessar. Permita-se não saber. Não ter. Não ser. Permita-se respirar no
intervalo. Porque não é ausência. É espaço.
E quando a vida estiver pronta, ela preenche. Com o que faz sentido.
Com o que é leve. Com o que é teu.

@enricopierroofc

A beleza de não ser o que esperavam

Emilly

06/09/2025

A beleza de não ser o que esperavam

       Desde cedo, a gente aprende a se encaixar. A falar do jeito certo, a agir do jeito esperado, a esconder tudo o que pode incomodar. A vida vai virando uma sequência de performances, e a gente vai se perdendo no meio do script. Um roteiro que nunca foi nosso, mas que a gente segue para não decepcionar.

Esperam que você seja calmo. Ou extrovertido. Ou racional. Ou obediente. Ou alguém que não cria problema. Esperam que você seja produtivo, gentil, positivo, bonito, sociável, equilibrado, espiritualizado, bem resolvido. E, na dúvida, que sorria. Sempre sorria. Mesmo quando tudo está desabando por dentro.

Tem uma hora que cansa. E, quando cansa de verdade, algo em você acorda. Uma voz que talvez tenha estado adormecida por anos começa a dizer que não, você não precisa agradar. Que não, você não precisa corresponder. Que a sua vida não tem que fazer sentido para os outros. E que ser quem você é, por inteiro, é mais importante do que qualquer aprovação.

Não ser o que esperam é uma forma de liberdade. Dói no começo, assusta, porque desagrada. Mas, depois, vira alívio. Quando você para de fingir, começa a respirar melhor. Começa a se vestir como quiser, a falar o que pensa, a gostar do que gosta, a sair de lugares onde não cabe. Começa a se ver com mais honestidade, e isso muda tudo.

Você não veio ao mundo para atender expectativas que não são suas. Nem para caber em rótulos que te diminuem. Você veio para ocupar o espaço que é seu, mesmo que seja apertado no começo. E só quando você se permite ser inteiro é que as pessoas certas começam a te enxergar.

O resto, vai embora.

o que fica é o que ama você de verdade.

Não pela performance. Mas pela presença.

@enricopierroofc

O peso do fácil

Emilly

23/08/2025

O peso do fácil

Às vezes eu me pergunto se as coisas são mesmo tão difíceis assim…
ou se é a gente que aprendeu a só enxergar o que pesa.

Porque o que é fácil passa meio despercebido. Não chama atenção, não faz
barulho, não provoca crise. O fácil não rende história, nem ocupa espaço
demais na memória. E talvez por isso a gente não valorize. Parece quase
corriqueiro. Invisível.

Não tem alarde para o café que ficou pronto sem derramar. Para o e-mail que
foi respondido sem estresse. Para o encontro que fluiu. Para o carinho que
chegou sem cobrança. A gente não repara no que dá certo, porque o difícil
grita mais alto. O difícil atrasa, trava, exige explicação. O difícil rouba a cena. E,
no fim das contas, dá essa impressão de que tudo é difícil, quando talvez só o
que está acontecendo é que a gente ignora o que é fácil.

Tem um detalhe aí: o que é difícil, por ser raro, a gente trata como
importante. O que é fácil, por ser comum, a gente trata como banal. Mas e se a
gente estiver lendo tudo ao contrário? E se o fácil for exatamente o que
merecia mais atenção?

E aí vem a pergunta final, que me cutuca como um alarme sem soneca: será
que tem coisa que era para ser fácil… mas a gente é que complicou? Só para
se sentir ocupado. Ou para parecer mais forte. Ou, quem sabe, por puro hábito
de sofrer. Porque sofrer, às vezes, dá sentido. Dá assunto. dá pertencimento.
Só que viver assim cansa.

Descomplicar, por incrível que pareça, pode ser o maior desafio. Porque o
fácil, quando a gente não está acostumado, assusta. Parece que tem algo
errado. Parece que é cilada. E aí a gente testa, sabota, questiona. Como se
não merecesse o simples.

Mas talvez mereça, sim. Talvez mereça o que vem sem drama. O que flui. O
que não cobra. Talvez a gente só precise ajustar o olhar. Treinar a atenção.
Para enxergar o que já está funcionando. Para perceber que nem tudo é caos,
nem tudo é batalha.

Nem tudo precisa ser conquistado à força. Isso também é vida. E talvez, seja
a melhor parte dela.



@enricopierroofc

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