Coluna as reflexões de enrico

Enquanto você se abandona o mundo continua

Emilly

25/09/2025

Enquanto você se abandona o mundo continua

Você continua tentando dar conta de tudo. Responde sorrindo, organiza a
rotina, resolve o que precisa ser resolvido, escuta o problema dos outros,
entrega o que te pedem. Por fora, parece estável. Por dentro, você não lembra
mais o que sente. Não porque não sente nada, mas porque não sobra espaço
para sentir. Está tudo ocupado. Cheio de função, cheio de pressão, cheio de
expectativa. E você foi ficando pequeno no meio disso tudo. Foi esquecendo de
si.
O problema é que ninguém percebe. E nem vai perceber. Porque você
se tornou funcional. Você aprendeu a esconder. A engolir o cansaço, a adiar o
choro, a deixar para depois o que você mesmo precisa. E o mundo, que adora
eficiência, aplaude. Quanto mais você se anula, mais dizem que você é forte,
que você é maduro, que você dá conta. Mas a verdade é que dar conta não
significa estar bem. Dar conta não significa estar inteiro. Dar conta, às vezes, é
só o que resta quando a gente já desistiu de ser cuidado.
E enquanto você se abandona, o mundo não para. Ninguém vai frear por
sua causa. Ninguém vai notar o seu limite se nem você respeita ele. O chefe
vai continuar pedindo mais. A família vai continuar esperando. As pessoas ao
redor vão seguir contando com você. Porque foi assim que você ensinou o
mundo a te ver: como alguém que está sempre disponível, mesmo quando não
aguenta mais. E se você não mudar isso, ninguém vai mudar por você.
É duro aceitar, mas é simples: ninguém vai te salvar. Se você continuar
se colocando por último, ninguém vai te puxar de volta. É você quem precisa
interromper esse ciclo. E não precisa ser com grandes decisões. Às vezes, é
só dormir mais cedo. É só parar de responder todo mundo. É só dizer “não
quero”, “não posso”, “não agora”. É só se ouvir. Porque, se continuar nesse
ritmo, você não vai durar. E aí, quando desabar, vai perceber que passou a
vida sendo tudo para todo mundo e nada para si.
Você não foi feito para sustentar o mundo. E também não precisa pedir
desculpa por querer se cuidar. É agora que você precisa se escolher. Porque
se você não voltar para si, ninguém volta por você.
@enricopierroofc

Nada é tão urgente quanto parece no meio do caos

Emilly

18/09/2025

Nada é tão urgente quanto parece no meio do caos


Quando tudo parece desabar ao mesmo tempo, nosso impulso é correr.
Reagir. Resolver. Como se agir rápido fosse a única forma de não afundar. Só
que, em momentos assim, o que a gente mais precisa raramente é velocidade.
O que a gente precisa, mesmo, é clareza.


E clareza não se encontra no meio do turbilhão. Não aparece enquanto
o coração dispara, enquanto o corpo está em alerta, enquanto a cabeça gira
sem parar. Decisões tomadas em estado de urgência geralmente carregam o
peso da pressa, não da consciência. E o que a gente chama de “resolver logo”
pode acabar virando um novo problema.


O mundo nos ensinou a confundir rapidez com eficiência. Associar
movimento com solução. Mas há dores que não se curam correndo, há
respostas que não nascem no grito, há escolhas que precisam de silêncio
antes de serem feitas. Existe uma sabedoria enorme em saber esperar. Não
por passividade, mas por inteligência emocional. Por presença. Por
autocuidado.


Quem aprendeu a parar no meio da tempestade não se perdeu no
caminho. Quem soube respirar antes de reagir, evitou ferir mais do que já
estava machucado. Quem se permitiu recuar por um instante, voltou mais
inteiro.


Nem tudo precisa ser feito agora. Nem toda mensagem precisa de
resposta imediata. Nem todo conflito exige confronto. Às vezes, a pausa salva
o que a pressa destruiria. E às vezes, o que parecia urgente se mostra
irrelevante com o tempo. Porque o tempo, quando respeitado, revela
proporções verdadeiras.


O caos é barulhento, mas a sabedoria costuma sussurrar. Por isso,
quem aprende a escutar de dentro para fora já não se desespera com tanta
facilidade. Não porque a vida ficou leve, mas porque o olhar ficou mais sereno.
No fundo, você não precisa de mais pressa. Precisa de mais presença.

 


@enricopierroofc

as reflexões de enrico

Emilly

13/09/2025

O vazio não é ausência — é espaço para o novo

Tem fases da vida em que tudo silencia. Os planos param. Os caminhos
somem. As pessoas se afastam. O coração desacelera e até o corpo parece
mais lento. É um tempo estranho. Você olha em volta e não vê movimento. Não
sente sentido. Não encontra respostas. Parece que algo morreu. Parece que
você ficou para trás.
E a primeira reação é tentar preencher. Colocar qualquer coisa no lugar
do que se perdeu. Preencher o vazio com distração, com urgência, com
barulho. Fingir que tá tudo bem, que não é nada, que logo passa. Mas esse
impulso de preencher rápido é o que atrasa a chegada do novo. Porque o novo
só entra quando há espaço. E espaço se faz com ausência.
A gente aprendeu a ter medo do vazio. Como se ele fosse sinal de
fracasso, de abandono, de erro. Mas o vazio não é castigo. É pausa. É
intervalo. É aquele momento entre uma coisa que não serve mais e outra que
ainda não chegou. É terreno sendo revirado antes da semente. É casulo antes
da asa.
Espiritualmente, o vazio é fértil. É onde a alma se ouve. Onde você
descobre o que realmente importa, o que ficou em silêncio enquanto você
corria. O vazio ensina a olhar para dentro, a se reabastecer com o que é
essencial, a limpar o que estava empilhado demais para deixar algo novo
florescer.
Não tente pular essa parte. Não corra para encher o silêncio. Permita-se
atravessar. Permita-se não saber. Não ter. Não ser. Permita-se respirar no
intervalo. Porque não é ausência. É espaço.
E quando a vida estiver pronta, ela preenche. Com o que faz sentido.
Com o que é leve. Com o que é teu.

@enricopierroofc

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