


Em um mundo cada vez mais barulhento, existe uma força silenciosa que
sustenta tudo: o amor de mãe.
Ela é mãe. Ponto. E isso já diz tanto que dispensa explicações. É quem segura
o mundo enquanto tudo desaba. Quem tem sempre uma resposta, ou, quando não
tem, inventa uma que nos acalma. Quem percebe no olhar o que a gente nem
consegue dizer. Quem sente antes. Quem pressente. Quem ama, mesmo quando a
gente esquece de merecer.
Mãe é essa figura que carrega na bolsa de tudo: documento, remédio, solução.
Carrega na memória o nosso tipo sanguíneo, na agenda os horários dos nossos
remédios, e no coração, tudo o que somos, mesmo quando não somos fáceis. E
vamos combinar: a gente nem sempre é.
Tem mãe que grita, que manda áudio gritando, que exagera no conselho. Tem
mãe que fala manso, que prefere um olhar demorado em vez de um sermão. Tem mãe
que é puro colo. E tem mãe que é empurrão, daqueles que fazem a gente voar mais
longe do que imaginava. Todas elas têm em comum uma força que não dá para
explicar. Um tipo de heroísmo silencioso que aparece no dia a dia, nas pequenas
coisas, nos detalhes que ninguém vê.
A verdade é que ser mãe não é sobre perfeição. É sobre presença. É sobre
fazer o possível, e, tantas vezes, o impossível também. É sobre amar mesmo
cansada, mesmo com medo, mesmo sem ter sido ensinada a amar assim. É sobre se
reinventar. Todos os dias.
Então, hoje, mais do que flores, mais do que presentes ou mensagens prontas,
a gente deseja que toda mãe se veja. Reconheça. Se abrace com orgulho. Porque o
que vocês fazem, o que vocês são… é grande demais para caber em palavras.
Feliz dia das mães. Vocês são o coração do mundo.
@enricopierroofc


A dor, o silêncio e o milagre

Chapéu: A vida também tem suas semanas santas
Todo mundo tem a sua sexta-feira. e é só porque ela existe que o
domingo vira milagre.
Porque a sexta é o dia da perda irreversível. da morte. do fim. e não é só a morte
física de alguém, é o símbolo de tudo aquilo que a gente não pode evitar. É o dia
em que Jesus é traído, humilhado, crucificado — e o que mais mexe com a gente
nem é o sofrimento em si, mas a sensação de abandono. de silêncio de Deus. de
impotência diante da injustiça.
A sexta-feira santa é o momento em que tudo desmorona. e todo mundo já
passou por uma sexta dessas. aquele dia em que você leva uma notícia que te
derruba, perde alguém que ama, sente que tudo pelo qual lutou escapou por entre
os dedos. por isso ela pesa tanto: porque lembra que a vida, às vezes, dói demais
— e que não há atalhos para fugir disso.
Mas aí vem o sábado. o dia menos falado da semana santa — mas talvez o mais
parecido com a vida real. o sábado é a espera. É o tempo da dúvida. Deus ainda
está em silêncio, e nada parece fazer sentido. o sábado é quando a gente segue em
frente meio sem saber por quê. é quando você acorda, se arrasta, cumpre o dia,
mas o coração ainda está quebrado. é o dia que a gente vive entre o que perdeu e o
que ainda não chegou.
E então, no tempo certo, chega o domingo. não como uma solução mágica. não
como uma resposta imediata. mas como uma brisa leve. uma certeza serena. o
domingo é o reencontro com a fé. é quando a dor não some, mas se transforma. é
quando a gente percebe que sobreviveu à sexta, atravessou o sábado e agora pode
recomeçar.
O domingo da ressurreição só tem sentido por causa do que aconteceu antes.
sem a sexta, seria só um dia comum. com a sexta, ele vira milagre.
E é isso que a semana santa me lembra: que a dor faz parte, o silêncio também,
mas o recomeço é sempre possível. sempre. e é nele que mora a beleza e a fé.
@enricopierroofc

