Coluna as reflexões de enrico

as vidas que não vivemos

Emilly

20/05/2025

as vidas que não vivemos


chapéu: e se?


entre escolhas e renúncias, somos também feitos daquilo que
deixamos pra trás


todo mundo carrega uma mala invisível cheia de versões de si. vidas que não
aconteceram, escolhas que não foram feitas, caminhos que ficaram só no quase. a
gente segue, mas de vez em quando olha pra trás e se pergunta: e se eu tivesse dito
sim? e se eu tivesse ficado? e se eu tivesse ido?
não é arrependimento, é curiosidade. é a sensação de que, em algum lugar do
tempo, existe uma versão nossa vivendo outra história. e essa versão às vezes
aparece em sonhos, em pensamentos aleatórios, em noites em que o sono não vem.
tem uma vida que você não viveu porque teve medo. outra que não viveu
porque era o certo abrir mão. e tem aquela que você nem sabia que queria, até
perceber que era tarde demais. cada escolha nossa é também uma renúncia. e cada
renúncia, uma vida que se desfaz antes mesmo de começar.
mas isso não precisa ser motivo de tristeza. as vidas que a gente não viveu
ajudam a moldar a pessoa que a gente se tornou. é como se cada “não” que dissemos
desenhasse, com precisão, o caminho que era pra ser nosso. e, se a gente olhar com
cuidado, talvez perceba que nenhuma vida seria melhor, só diferente.
no fim, somos feitos tanto do que vivemos quanto do que deixamos de viver. e
isso também é bonito. porque significa que, mesmo com os “e se”, ainda temos a
chance de fazer valer a vida que escolhemos. ou, quem sabe, recomeçar uma nova,
enquanto ainda há tempo.
@enricopierroofc

Ela é mãe. Ponto.

Emilly

11/05/2025


Em um mundo cada vez mais barulhento, existe uma força silenciosa que
sustenta tudo: o amor de mãe.


Ela é mãe. Ponto. E isso já diz tanto que dispensa explicações. É quem segura
o mundo enquanto tudo desaba. Quem tem sempre uma resposta, ou, quando não
tem, inventa uma que nos acalma. Quem percebe no olhar o que a gente nem
consegue dizer. Quem sente antes. Quem pressente. Quem ama, mesmo quando a
gente esquece de merecer.


Mãe é essa figura que carrega na bolsa de tudo: documento, remédio, solução.
Carrega na memória o nosso tipo sanguíneo, na agenda os horários dos nossos
remédios, e no coração, tudo o que somos, mesmo quando não somos fáceis. E
vamos combinar: a gente nem sempre é.


Tem mãe que grita, que manda áudio gritando, que exagera no conselho. Tem
mãe que fala manso, que prefere um olhar demorado em vez de um sermão. Tem mãe
que é puro colo. E tem mãe que é empurrão, daqueles que fazem a gente voar mais
longe do que imaginava. Todas elas têm em comum uma força que não dá para
explicar. Um tipo de heroísmo silencioso que aparece no dia a dia, nas pequenas
coisas, nos detalhes que ninguém vê.


A verdade é que ser mãe não é sobre perfeição. É sobre presença. É sobre
fazer o possível, e, tantas vezes, o impossível também. É sobre amar mesmo
cansada, mesmo com medo, mesmo sem ter sido ensinada a amar assim. É sobre se
reinventar. Todos os dias.


Então, hoje, mais do que flores, mais do que presentes ou mensagens prontas,
a gente deseja que toda mãe se veja. Reconheça. Se abrace com orgulho. Porque o
que vocês fazem, o que vocês são… é grande demais para caber em palavras.


Feliz dia das mães. Vocês são o coração do mundo.
@enricopierroofc

 

A dor, o silêncio e o milagre

Emilly

22/04/2025

A dor, o silêncio e o milagre

Chapéu: A vida também tem suas semanas santas

Todo mundo tem a sua sexta-feira. e é só porque ela existe que o
domingo vira milagre.

Porque a sexta é o dia da perda irreversível. da morte. do fim. e não é só a morte
física de alguém, é o símbolo de tudo aquilo que a gente não pode evitar. É o dia
em que Jesus é traído, humilhado, crucificado — e o que mais mexe com a gente
nem é o sofrimento em si, mas a sensação de abandono. de silêncio de Deus. de
impotência diante da injustiça.
A sexta-feira santa é o momento em que tudo desmorona. e todo mundo já
passou por uma sexta dessas. aquele dia em que você leva uma notícia que te
derruba, perde alguém que ama, sente que tudo pelo qual lutou escapou por entre
os dedos. por isso ela pesa tanto: porque lembra que a vida, às vezes, dói demais
— e que não há atalhos para fugir disso.
Mas aí vem o sábado. o dia menos falado da semana santa — mas talvez o mais
parecido com a vida real. o sábado é a espera. É o tempo da dúvida. Deus ainda
está em silêncio, e nada parece fazer sentido. o sábado é quando a gente segue em
frente meio sem saber por quê. é quando você acorda, se arrasta, cumpre o dia,
mas o coração ainda está quebrado. é o dia que a gente vive entre o que perdeu e o
que ainda não chegou.
E então, no tempo certo, chega o domingo. não como uma solução mágica. não
como uma resposta imediata. mas como uma brisa leve. uma certeza serena. o
domingo é o reencontro com a fé. é quando a dor não some, mas se transforma. é
quando a gente percebe que sobreviveu à sexta, atravessou o sábado e agora pode
recomeçar.
O domingo da ressurreição só tem sentido por causa do que aconteceu antes.
sem a sexta, seria só um dia comum. com a sexta, ele vira milagre.
E é isso que a semana santa me lembra: que a dor faz parte, o silêncio também,
mas o recomeço é sempre possível. sempre. e é nele que mora a beleza e a fé.
@enricopierroofc



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