
Fico tamborilando no teclado, procurando por palavras vazias que possam
preencher alguma coisa. Enquanto isso, um sentimento de melancolia parece
ocupar espaços que nunca foram usados dentro de mim — como prateleiras
esquecidas, esperando por algo que nunca veio.
Não sei de onde vem. Nem como. É só uma sensação. Como se o coração
começasse, de repente, a formigar. Devagar. E fosse se espalhando,
silenciosamente, por todo o meu corpo.
O sono invade as minhas veias como se nascesse das minhas células.
seria um mecanismo de defesa? Talvez. Talvez seja só a forma que minha
mente encontrou de me dizer: dorme. Descansa. desliga do mundo por um
tempo.
esquece essa dor que não dói. Esse vazio. Essa tristeza sem lágrimas.
Mas não se define o que não se explica. E eu não consigo escrever o
suficiente para te dizer — e nem para dizer a mim mesmo — o que acontece.
Será que acontece alguma coisa? Nem sei de onde isso vem. Nem para onde
vai. E o que me sobra?
Levanto a cabeça e sorrio. não por felicidade, mas por vontade de mudar.
de olhar as coisas de cima e não por baixo, como um cachorro triste pedindo
atenção. Na janela, o sol voltou a brilhar entre as nuvens. Tirei a blusa que
aquecia meu corpo, enquanto minha alma permanece fria.
E é isso. É hora de sorrir para o sol e tentar aquecer, aos poucos, o corpo, a
alma e esse sorriso trêmulo. O dia pode não ter começado bem. Mas eu ainda
posso escolher terminá-lo da melhor maneira que eu puder. A fé sempre
encontra um jeito. E eu também. Boa semana.
@enricopierroofc
Enrico Pierro escreve semanalmente para mais de 40 jornais e portais
pelo brasil. Seus textos também estão disponíveis nas redes sociais, onde
compartilha reflexões sobre o cotidiano, sentimentos e humanidade.

o que você faz com as pedras do teu caminho?
a linha do tempo que compõe a tua vida, é reta. mas o teu caminho não é. ele é
sinuoso. cheio de curvas, atalhos, dificuldades. ao longo dessa jornada você vai se
deparar com muitas coisas. boas e ruins. e isso é normal. essa é a vida.
nessa caminhada, de anos, muita gente encontra uma série de pedras. e aí
encontra-se um grande ensinamento! o que você vai fazer com essas pedras? como
você vai “reagir” a elas?
algumas pessoas, distraídas, irão tropeçar, cair, se machucar. algumas,
atentas, vão perceber as pedras chegando e vão saber desviar. mas há, ainda,
aquelas que estarão preparadas! ah, meus caros, essas sim! são aquelas pessoas
que irão parar, recolher cada uma dessas pedras, e transformá-las em castelos, casas,
fortalezas, muros, obras de arte e etc.
pode parecer besteira, até, falando dessa forma, mas eu posso tentar explicar
de uma forma diferente. veja só: problemas e dificuldades todo mundo vai enfrentar na
vida, ou vai me falar que a sua vida sempre foi um mar calmo e sem ondas? isso não
existe. todo mundo tem suas tempestades, furações e tsunamis. isso é a vida.
mas o grande lance disso tudo, é justamente aprendermos com todos esses
problemas. é pararmos de tropeçar nas pedras e aprendermos a pegá-las pelo
caminho e transformá-las em algo diferente. é isso o que acontece quando
aprendemos com os erros, com os problemas, com as dificuldades. saímos mais
fortes, diferentes, mais evoluídos e preparados para enfrentar esses mesmos
problemas que, certamente, irão aparecer de novo no nosso caminho. porque os
problemas costumam se repetir, a não ser que a gente aprenda com eles. entendeu
agora a analogia das pedras? é pararmos de só tropeçar sem parar ou apenas
desviar, é usarmos as pedras a nosso favor.
aprenda mais com os teus erros e com as dificuldades que a vida coloca no teu
caminho. a vida não é fácil para ninguém. a diferença é que algumas pessoas
aprendem com isso enquanto outras só baixam a cabeça e se lamentam. no final,
quem é você? o que tropeça, o que desvia ou o que recolhe as pedras? boa semana.
Observação: ‘’os textos do autor são sempre escritos em caixa baixa, pois e como ele
idealiza expressar suas ideias e pensamentos, trazendo uma leveza visual’’.
Carlo Enrico C Pierro ou Enrico Pierro.
Em sua coluna de reflexões, enrico pierro convida os leitores a uma jornada pelos sentimentos, questionamentos e observações que permeiam o dia a dia.
Colunista:
Carlo Enrico C Pierro ou Enrico Pierro. Nascido na década de, quando o celular foi inventado e o videogame ainda era o Atari, escreve desde pequeno. Já quis ser cientista, astrônomo, médico, advogado, astronauta e até hoje ainda não descobriu o que quer. Virou escritor de tanto desabafar escrevendo e é autor do livro As marés do meu ser, pela editora ipê das letras. O típico nerd que tirava boas notas, mas não se comportava em aula. Filho de pais sensacionais, se desenvolveu intelectualmente na mesa de jantar, onde se sentia mais à vontade por ser um taurino nato. Come mais do que fala e fala mais do que dorme, ama quebra-cabeças e jogos de celular. Tem preguiça de andar a pé e toma ansiolítico para não tremer igual um pinscher. É feliz escrevendo.
Coluna: reflexões de enrico pierro.
Em sua coluna de reflexões, enrico pierro convida os leitores a uma jornada pelos sentimentos, questionamentos e observações que permeiam o dia a dia. Com uma escrita envolvente e sensível, enrico traduz o ordinário em poesia e filosofia, oferecendo uma nova perspectiva sobre temas como relações humanas, desafios da vida moderna, e os mistérios do nosso interior. Cada coluna é uma oportunidade de refletir, inspirar e, acima de tudo, enxergar a beleza escondida nas pequenas coisas. Aos 38 anos, escritor e comunicador, enrico já publicou o livro As Marés do Meu Ser e colabora em outros veículos de comunicação, sempre com um olhar atento e profundo sobre assuntos que muitas vezes não são tratados em espaços mais formais.
redes sociais:
@enricopierroofc (Instagram, TikTok, X e Threads) e em seu blog: https://enricopierro.com.br/